O dia está cansado, de queixo caído e luz baixa!
O escuro vai apoderando-se do claro e um frio arrepiante se entranha em mim. O meu sangue quente choca com algo forte e sozinha tento encontrar respostas para tal, sinto vingança a entrar-me nas veias. Uma brisa estranha começa a rodear-me e sem qualquer entendimento com a minha mente deixo-me cair sobre a pedra gelada, levantando a cabeça para o céu, repito com palavras calmas, demoradas e aveludadas “o ciúme invadiu-me a mente”.
Olho o relógio e as horas estão longas, sinto o ponteiro esgotado reclamando com o tempo. Seguro um bilhete com o teu nome, o meu telemóvel espera-o… e nada! Seguro o bilhete cor-de-rosa com o teu nome, seguro-o impetuosamente, seguro-o tão forte que chego a sentir a tua mão abraçando a minha, tenho medo que o teu nome se escape do bilhete por entre os dedos. E este bilhete não e meu, não e teu, não é de nenhum de nós mas antes fosse meu…queria eu! Ele é como tu, livre, independente.
Invade-me a alma este sentimento fraco e desgostoso, este sentimento seco e mal parecido, vergonhoso e indecente. Sinto-me desfalecida, este sentimento que detesto faz-me sentir ambígua, vacilante, receosa… deixa-me extasiada, dormente…! Entorpecida me sinto, descanso!