domingo, março 1

paletas de cor e pinceis...um quadro pintado com o coraçao!

Esperando um novo sol nascer! É bem cedo ainda, o relógio marca cinco para as seis da manha. E eu já cá estou, encaixada neste cenário todo de tintas, cores, pincéis, tudo o que conota alegria! Mas não…! Tudo o que vejo é cinzento. O sol estaria a nascer para me ver. Não esta, já não tem essa vontade. Já não necessita de mim! Sou mais uma neste leque de perdidos!
Nesta cadeira me sento com vista para o horizonte e pinto um quadro onde só entramos nos dois, só nós dois! Cada recordação…uma pincelada forte e dolorosa, todo o quadro é questionável como toda a nossa “relação”. É misterioso! Neste alpendre, nesta cadeira, com este cheiro a ti, esta brisa fresca que corre e me traduz este amor.
Finalmente nasceu… estará a acordar para mim, para que eu o possa ver mais uma vez?! Será?! Oh, que ilusão em que vivo. Recordo-me…foram mais de 40 dias de incerteza mas amando-te daquela forma que só eu sei superava todas as discórdias!
Uma breve paragem, um passeio na praia. A areia está fria, o som das ondas invade o meu coração. Caminho…
Ao longe observo algo que de repente mexe comigo, altera-me, acelera-me a pulsação, o meu coração bate a mil, esta cada vez mais próximo. Pareces tu! Corro na tua direcção com o maior sorriso que tenho para por nos lábios, mas… tudo se perdeu! Uma miragem!
Estou tensa, em choque, tremo, transpiro, e finalmente choro…choro! Mergulho num dia frio as águas gélidas do oceano.
De volta a casa, seco-me! Um banho quente e um aprontar cuidadoso! Vou sair, sozinha!
Talvez te encontre! Suposições!
Ao anoitecer, regresso! Esta casa, este espaço sem ti nada tem a ver comigo! Já não bate o sol no alpendre para que eu me possa perder de novo nas lembranças dos nossos momentos, das nossas falas, dos nossos olhares. Acendo as luzes e retorno ao quadro continuo a pintar. Já se faz muito tarde e só me restam paletas de tinta sujas, pincéis usados, e uma tela pintada com o coração!
Entro, visto uma camisa de noite lilás, terna! Olhar esta cama onde sei que em toda a noite não estarás lá para me abraçar.
Agora aqui, deitada naquilo que era os nossos momentos mais íntimos e sós não vou dormir sobre o assunto, penso em ti! Recordo-me como se fosse hoje quando passávamos horas ao telefone e era mesmo aqui que eu estava! Penso como se ali estivesses. Tenho saudades desse tempo em que estavas sempre ali para me abraçar, da tua disponibilidade para mim! Tenho saudades da tua voz…de ti…de nós!
Estou exausta, adormeço… mas mesmo assim...!

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